Carona
Espectral- por Salomon
Ha alguns quilômetros de onde eu moro, existe uma trilha, um
caminho estreito e nivelado cercado por árvores altas e galhos secos que tomava
as mais variadas estranhas e formas. Uma mata densa e fechada cercava a trilha.
Essa trilha era usada como atalho por muitas pessoas que queriam evitar as
estradas longas e transitadas, inclusive foi nessa trilha que há cerca de cinco
anos atrás uma jovem havia perdido a vida enquanto pilotava sua motocicleta,
devia estar muito apressada, pois pilotava muito rápido dentro da trilha, e em
um exato trecho havia uma pedra que se estendia de um lado para o outro assim
formando um quebra-molas natural, logo após essa pedra havia uma curva fechada.
O acidente poderia ter sido evitado se essa moça não
estivesse correndo tanto. Ela acabou perdendo o controle da moto e passando com
tudo por cima da pedra, acabou batendo a cabeça e morrendo, um acidente grave e
fatal.
Como ainda hoje ainda é de costume devido às culturas da
região, construíram uma cruz de madeira com seu nome, data de nascimento e
óbito, ali mesmo ao lado da trilha bem onde ela morreu onde se faz a curva.
Antes de expor o que aconteceu comigo é necessário que meus
caros leitores submergissem essas pequenas informações antes de prosseguir com
o meu relato.
Vou tentar ser o mais claro possível. Era uma noite típica
de verão, eu voltava de uma festa na cidade vizinha, rumava para casa em minha
motocicleta, já se passava da meia noite e eu estava apressado para chegar logo
em casa, então decidi pegar justamente essa trilha para adiantar logo minha
chegada em casa.
Pilotava então em meio as arvores altas, o silencio quebrado
apenas pelo barulho do motor da minha moto, os galhos que tomavam formas
assustadoras e o atalho parecia não ter fim, mas até aí tudo bem. Mas há poucos
metros mais afrente o farol da minha moto focou justamente na pedra onde há
alguns anos atrás havia acontecido um acidente fatal.
Logo depois o farol
iluminou a cruz que seus familiares construíram para ela, aquilo me deixou
aflito, eu consegui ler o nome e observar bem as datas cravadas na madeira
daquele objeto medonho, fiquei atormentado, comecei a imaginar coisas, fiquei
com medo, talvez devido às poucas (pouquíssimas) doses de álcool que eu havia
tomado na festa me deixava com os nervos à flor da pele.
Aproximava-me rápido da pedra, era hora de passar o pneu dianteiro
por ela, reduzi a velocidade, o amortecedor agiu normalmente, então era hora de
passar o pneu detrás, logo em seguida senti um forte impacto no amortecedor da
roda, como se a moto tivesse mais pesada, como se alguém tivesse subido na
garupa da moto e pego carona comigo.
Meu coração acelerou bruscamente, gotas de suor desciam pela
minha testa, e minhas costas curvavam para frente, os pelos do meu corpo
ficaram eriçados, eu estava quase sentado no tanque de combustível, pois tinha
medo de me estender um pouco para trás e me encostar com algum corpo na garupa,
levando em consideração que eu não levava ninguém comigo.
A lembrança dessa
experiência arrepiante eu levo comigo até hoje, mas mesmo assim nunca deixei de
usar aquela trilha como atalho, mas agora tomo algumas providencias antes de
passar por ela, sempre que vou passar sozinho por ela, me estico ao máximo ao
longo do veiculo até ocupar totalmente a garupa da moto.
Mais pessoas passaram por esse fenômeno arrepiante e
sentiram as mesmas sensações que eu, o boato que circula por aí é que a
assombração da moça que nunca conseguiu chegar em casa, pega carona
clandestinamente com qualquer individuo que passa por lá, assim matando de medo
os infelizes que encaram na pele o temor que essa assombração nos causa.
obrigado pela visita volte sempre ao cinefilos de jampa, já estou seguindo seu blog, abraços
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