25 de novembro de 2012

Um Conto Romantico e Mediocre – por Salomon


        Esse conto foi a minha maior bizarrice. Sem inspiração e com caderno e caneta preparados, procurava alguma inspiração poética, calma, sombria, eu me dirigi ao cemitério durante a noite para escrever,  na companhia de mais alguns amigos, no entanto só depois de contemplarmos a noite de cima do jazigo mais alto me surgiu essa ideia,



Amor de  john Bladley – por Salomon

                        O amor é forte como a morte. ! Salomão - (da Bíblia, Velho Testamento)
   Eu sempre fui grato ao senhor que me adotou como seu legitimo filho, aos quatro anos, o riquíssimo senhor John Bradley, da família Bradley de Maryland, ele me adotou pouco após a morte de sua esposa, lady Rose Bladley minha falecida mãe adotiva, Quinze anos haviam se passado desde então.
   Até aquele dia, meu pai havia sumido fazia setenta e duas horas, e nem eu e nem os criados da família, conseguíamos ter uma noção de onde ele poderia estar, pensei que poderia ter saído para cassar e logo se perdido, mas ele não saia de quase nunca, eu estava preocupado, eu amava meu pai, ele que sempre foi um homem respeitado bem querido pelos criados e habitantes de Baltimore, tanto que todos haviam se comovido com seu desaparecimento misterioso, com carinho chamo de pai e eu mais do que ninguém temia o que poderia ter acontecido, devido ele me dar uma nova vida, eu sou grato vivamente a ele que, por tudo o que eu sou agora. Após a terceira noite de seu desaparecimento, eu estava vasculhando seu gabinete onde ele escrevia seus poemas, poesias e artigos para jornais, cada centímetro era cuidadosamente vasculhado, e quase nada além de poemas e textos eu consegui encontrar nos arquivos, decidi vasculhar a gaveta, vários poemas dedicados a uma única pessoa, Lady Rose Bradley, sempre com o mesmo nome citado em todas as dedicatórias, “A MINHA AMADA LADY ROSE BLADLEY”. Quase desistindo, eu encontrei em meio às cartas de amor, um envelope lacrado com meu nome, a letra era de meu pai, também reconheci o selo da família com um enorme B destacado, e nela uma carta com frente e verso com os seguintes escritos;

     Querido e amado filho
   Se encontrar esta carta então eu devo estar ausente de certa forma já está desesperado a minha procura, para violar meu espaço me gabinete e principalmente minhas gavetas.
   Não se preocupe mais meu filho, acalme-se eu sumi realmente, mas não é motivo de desespero. Eu acredito ter feito o melhor possível para educa-lo, e fazer-lhe feliz com uma vida decente, assim como sua falecida mãe cuja nunca pode conhecer, gostaria que fosse.
   Agora tenho que relatar os fatos que me levaram a essa ausência, preste bem atenção nos fatos que vou detalhar, pois é tão importante para o seu futuro quando para o de nossas ricas propriedades, servos e o nome de nossa família, começo que quando casei-me com sua mãe e prometi-lhe todo meu amor eterno, desde nossa infância juntos sempre fomos apaixonados fiel e inocentemente, estávamos destinados mesmo a nos amar profundamente,  como eu já lhe falei em outra ocasião, sua mãe era dona de uma beleza angelical, e tinha um sonho,  ela sempre sonhava em ter um filho, mas minha amada Rose sofria de uma rara doença pouco estudada até hoje, ela tinha a saúde muito instável, era super sensível, convulsões e febres tomavam conta de seu corpo, mas sua saúde havia piorado naquele ultimo outono, o medico vinha visitar-nos frequentemente para averiguar sua saúde, mas nada era certo além da morte que aos poucos tomava conta de sua vida.
   No primeiro dia do inverno sua mãe havia entrado em convulsão violenta, ela estava morrendo ali, nos meus braços o doutor nada pode fazer além de amenizar sua dor, com remédios fortemente concentrados para acalma-la. Ela morreu ali mesmo, em meus braços, seu corpo foi sepultado em um jazigo, o mais atraente do cemitério, uma obra de arte arquitetônica cuja gastei uma pequena fortuna pela estatua de um anjo com asas abertas e mãos juntas como se orasse pela alma que um dia habitou aquele corpo que descansava eternamente ali.
   Tristes noites frias de inverno me perseguiam desde então, durante as duas primeiras semanas, a melancolia havia tomado conta do meu ser, eu não me deitei mais em nossa cama, ficava em claro, sentado em minha cadeira de balanço no canto do quarto vendo a cama onde ela deu seus últimos suspiros, os servos em vão tentavam me animar com banquetes e passeios de charrete, nada adiantava.
   Somente após versos, poesias, poemas dedicados sempre a minha amada, lembrei que ela sempre desejava ter um filho, então lhe adotei. Foi a melhor coisa que eu fiz. Eu havia escolhido o herdeiro da nossa família, dediquei-lhe toda educação, matriculei-o nas melhores escolas e universidades, sempre me orgulhava quando em sua infância mostrava-me as suas boas notas e elogios de professores. De certa forma você devolveu a alegria de volta a nossa família, mas nada fazia o enorme dor da saudade ir embora,
   Nos últimos dias filho, tive visões com sua mãe, às alucinações eram fortes, certa vez tive a impressão de que ela estava ao meu lado parecia muito triste, mais triste do que eu, então lembrei que eu havia prometido, lembras quando te mencionei que nada nem mesmo a morte eu permitiria que interferisse em meu amor? Quanto à antiga questão: Quando morre quem amamos, morre também o amor? Meu amor é tão verdadeiro e puro quanto a minha própria existência, minha vida, quanto à eternidade.
   Filho sua mãe estaria orgulhosa de ti se soubesse como você cresceu, lembre-te filho, eu te amo, e cabe a você agora cuidar de nossas riquezas terras propriedades e servos.                    

                                                                     Atenciosamente: John Bladley

                                            

   Após ler esta carta, chamei os criados, mandei que me acompanhassem, eu sabia exatamente onde estava meu pai, fui diretamente até o cemitério, de longe dava para avistar o jazigo de Lady Rose, pedi que arrombasse o cadeado, removemos a gaveta com facilidade, ela estava apenas encostada, sinal que havia sido removida, adentramos e contemplamos seu interior e o enorme baú no centro de um estabulo de concreto, sua tampa estava também apenas encostada, o cheiro de umidade e morte, entravam em minhas narinas causando-me zonzeira e ânsia de vomito, pedi para que removessem a tampa do enorme baú.quase desmaiei, diante da insanidade obsessiva do amor de meu pai por sua amada , O terror insano e aturdido tomou conta de meu ser, ao contemplar ali deitado já sem vida ao lado do que restava dos restos mortais de minha mãe adotiva, meu pai, que continha um certo sorriso demente e insano em seus lábios, um sorriso de amor , de quem só queria viver eternamente ao lado de quem mais ama em toda eternidade.


                                                                         
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